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PATRICIA SEVERÍN
( Argentina )
Poeta e narradora mas também ocupada com o ensaio, sobretudo sobre o estudo de gênero.
Publicou La Loca de Ausencia (poesia); Amor em mano y cien hombres volando (poesia) escrita com Graciela Geller e Adriana Díaz Crosta; Poemas con bichos (poesia).
Prêmio Nacional de las Artes – 2001.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
LETRAS DEL DESAMOR. Selección de Poesia de Autores Contemporáneos. Montevideo: Bianchi editores; Brasilia: Edições Pilar, s. d. 272 p. ISBN 99574-663-82-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
/Hoy me fui de todos y de todo
de mí
de Dios
tan jodida me fui
resbalando por mi cuerpo
haciendo equilibrio con la sobra de las uñas
Hoy me fui sin cantar -yo nunca supe-
guiñando un ojo a la vergüenza
desnuda sobre la helada me fui/
/quisiera ser un bicho más/ no este animal doméstico/
VIII– con víboras
Tengo encerrada una serpiente en un frasco verde
En realidad el frasco es transparente
la serpiente es verde
No es una serpiente
dice mi hija
es una culebra enorme y larga
destrozada por un perro
Soledad colecciona culebras, serpiente, víboras
Reptiles
En fin
: mira la belleza donde pocos la ven
Se ha vuelto sabia
Puede rasgar escamas
para separar
lo que parece
de lo que es
v – con hormigas
Bordea los ladrillos
faldea la cornisa
Semeja una caravana de camellos diminuta
Sus huellas viborean sobre la cal
Empeñoso es su trabajo
caminan horadan caminan horadan caminan horadan
caminan horadan caminan horadan caminan horadan
El odio
víborea horada borea horada
se incrusta
XX – con murciélagos sogaléicrum noc - XX
Hay una sola manera de matar Ahora sé que el amor es un
/murciélagos /turbio pensamiento
una manifiesta grieta que llenamos
: un balde con agua /de escombros
un hueco que rebalsa sombras
Del lado de afuera una garganta viciada
debajo del pequeño agujero un pliegue en las tinieblas
/ -casi invisible -
quiero remar el agua
poner un clavo que no tengo
y en el clavo
un balde los abrazos que deshice
A medianoche
salen a su vuelo sin ojos
y antes de elevarse
bajan
Quedan atrapados en el agua de
/sus tinieblas
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
/Hoje fui-me de todos e de tudo
de mim
de Deus
tão fudida me fui
resvalando por meu corpo
me equilibrando com a sobra das unhas
Hoje fui-me sem cantar -eu nunca soube-
piscando um olho com vergonha
desnuda sobre a gelada fui-me/
/quisera ser um bicho mais/ nunca este animal doméstico/
VIII– com víboras
Tenho encerrada uma serpente em um frasco verde
Em realidade o frasco é transparente
a serpente é verde
Não é uma serpente
disse minha filha
é uma cobra enorme e longa
arrasada por um cão
Solidão coleciona cobras, serpentes, víboras
Répteis
Enfim
: veja a beleza onde poucos a vêm
Tornou-se sábia
Pode rasgar escamas
para separar
o que parece ser
do que é
v – com formigas
Margeia os ladrilhos
fraldea a cornija
Parece uma caravana de camelos diminuta
Suas pegadas serpenteiam sobre o cal
Esforçado é seu trabalho
caminham furam caminham furam caminham furam
caminham furam caminham furam caminham furam
O ódio
serpenteia fura boreia fura
se incrusta
XX – com morcegos sogaléicrum noc - XX
Existe uma única maneira de matar Agora sei que o amor é um
/morcegos /turvo pensamento
:um balde de água uma manifesta greta que enchemos
/ de escombros
um oco que transborda sombras
Do lado de fora uma garganta viciada
debaixo do pequeno buraco uma prega nas trevas
/ -quase invisível-
quero remar a água
colocar um cravo que não tenho
e no cravo
um balde os abraços que desfiz
À meia noite
saem em seu voo sem olhos
e antes de elevar-se
descem
Ficam retidos na água de
/suas trevas
*
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Página publicada em outubro de 2022
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